As discussões em torno da construção do tema remetem às necessidades de conhecimento e reconhecimento da nossa história com suas conquistas e desafios, contradições e dilemas que envolvem a formação na atualidade e no mundo do trabalho, com novas áreas/espaços de atuação, além dos desafios em torno do fortalecimento das organizações políticas da categoria para fazer frente aos problemas que comprometem o trabalho digno. A enfermagem brasileira representa o maior contingente profissional no país, que sustenta o Sistema Único de Saúde (SUS) e que consegue mobilizar bandeiras importantes. No entanto, contraditoriamente, as conquistas concretas em torno da valorização econômica e condições de trabalho, bem como a presença em espaços de decisão ainda são desproporcionais. Logo, tem-se um conjunto de trabalhadoras(es) que necessitam cotidianamente exercer uma capacidade de resistência a um processo histórico de precarização e, que ao mesmo tempo, precisam desenvolver a capacidade de coexistência junto a outros sujeitos sociais e até mesmo a outras formas de vida na Terra, contribuindo para um planeta mais sustentável. Diante dos desafios atuais, somados a outros muito antigos, nos questionamos frequentemente: Por que não conseguimos romper com as adversidades, do mundo real e virtual, que impactam trabalhadores e trabalhadoras do campo da enfermagem? Até quando continuaremos mantendo a divisão técnica e social do trabalho em enfermagem, que afasta profissionais de nível médio e superior? Permaneceremos  construindo distanciamentos entre os espaços de formação e dos serviços de saúde, ou mesmo entre os níveis de atenção à saúde? Essas e tantas outras ‘bolhas’, especialmente as virtuais, que insistem em aprisionar o campo da enfermagem vêm permanentemente sustentando o modelo biomédico e refletindo em práticas profissionais pouco sistematizadas e baixa participação política das categorias da enfermagem o que, por consequência, fragiliza nosso fazer com impactos significativos sobre o cuidado em saúde, contribuindo para a invisibilidade das trabalhadoras e dos trabalhadores da enfermagem em nossa sociedade. Assim, o significado de romper ‘bolha’, que o tema da 85ª SBEn® quer provocar, significa olhar a realidade sob um outro ângulo, assumindo riscos e responsabilidades como parte de um processo; mas, que também possamos buscar aliados e parcerias nos diversos espaços da sociedade. Desta maneira, tornar mais efetiva a resistência e nossa forma de coexistir no mundo com mais solidariedade e ações coletivas.
 

Neste contexto, o IFNMG campus Almenara realiza a IX Semana de Enfermagem para ressaltar e discutir a temática proposta pela SBEn.